Influenciadora é tietada por senadores, debocha da investigação e causa polêmica nas redes sociais.

O depoimento da influenciadora Virgínia Fonseca na CPI das Bets, realizado na última terça-feira (13), na Câmara dos Senadores, em Brasília, transformou-se em um evento controverso e de grande repercussão. Investigada por supostamente lucrar com perdas de apostadores em casas de apostas online, Virgínia chegou à CPI munida de um habeas corpus concedido pelo STF, que lhe garantia o direito de permanecer em silêncio.
No entanto, a estratégia da influenciadora, segundo análise do UOL, foi outra: aparentar desconhecimento sobre a gravidade das acusações. Vestida de forma casual, como uma “garota que acaba de acordar”, Virgínia foi tietada por diversos senadores, que pediram selfies e trataram-na como uma adolescente.
O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) chegou a defender publicamente a influenciadora, afirmando que ela não seria capaz de se envolver em irregularidades. Em contrapartida, a relatora da CPI, Soraya Thronicke (Podemos-MS), questionou a lógica de Virgínia promover apostas se sua fortuna não provém dessa atividade.
A postura de Virgínia e o comportamento de alguns senadores geraram forte reação nas redes sociais, especialmente no X, onde usuários acusaram a influenciadora de banalizar a investigação e debochar do ocorrido. A polêmica aumentou após Virgínia oferecer um cupom de desconto em uma casa de apostas em suas redes sociais, aproveitando a visibilidade do caso.
Além de Virgínia Fonseca, a CPI das Bets também ouviu o influenciador Rico Melquíades e convocou a ex-BBB Adélia Soares, Deolane Bezerra e Gilliard Vidal dos Santos. A operação, conduzida pela Polícia Civil de Alagoas, investiga a promoção ilegal de plataformas de apostas online por influenciadores digitais, prática que pode configurar crime contra a economia popular. A CPI busca esclarecer como influenciadores estariam incentivando o público, incluindo menores e pessoas vulneráveis, a participar de jogos de azar.
O caso segue em investigação, com a CPI transmitindo os depoimentos em seu canal no YouTube.