Liderado por Nilson Caixeta, núcleo local atrai interesse do empresariado e se fortalece em um cenário onde o atual prefeito mantém valores da antiga sigla.
Um movimento político silencioso, mas com força estratégica, está ganhando corpo em Patrocínio. O núcleo local do Partido NOVO, sob a presidência de Nilson Caixeta, vem intensificando sua mobilização, capitalizando um cenário político descrito como “favorável” e atraindo o apoio de importantes grupos empresariais da cidade. Com reuniões periódicas — a última em 9 de setembro e a próxima marcada para 14 de outubro, o partido sinaliza que busca não apenas se fortalecer, mas se consolidar como uma força política relevante para os próximos ciclos eleitorais.
O que torna essa articulação particularmente notável é sua complexa conexão com o poder executivo municipal. O atual prefeito, Gustavo Brasileiro, foi filiado ao NOVO até a véspera da última janela partidária, quando precisou migrar para o Democracia Cristã (DC) em uma manobra para viabilizar sua candidatura. Apesar da mudança de sigla, motivada por pragmatismo eleitoral, fontes próximas afirmam que o gestor “ainda mantém raízes
partidárias” com sua antiga casa.
Nilson Caixeta, figura central dessa reorganização, confirma o momento positivo. Ele se diz “animado com o interesse de grandes empresários e personalidades” que o procuram para colaborar com projetos de desenvolvimento para a cidade. Essa adesão do setor produtivo não é coincidência. Dados econômicos recentes de Patrocínio revelam um ecossistema propício para a plataforma liberal do NOVO. Com aproximadamente 10.235 empresas ativas — das quais 83% são microempresas — e um saldo positivo de 1.345 empregos formais apenas nos primeiros sete meses de 2025, a pauta de desburocratização e livre mercado encontra um público receptivo.
Análise: Entre a Força Nacional e a Realidade Local
O núcleo de Patrocínio busca surfar na onda de crescimento do partido em nível nacional, citando mandatos de destaque como os de Romeu Zema, Eduardo Girão, Marcel Van Hattem e Adriana Ventura como prova de que o NOVO se tornou “a bandeira número 1 para os que buscam participar de uma política séria e que respeitam o Brasil” no espectro da direita. A estratégia parece ser a de aliar a força da marca nacional a uma agenda pragmática e localista.
A herança da gestão de Gustavo Brasileiro, no entanto, representa tanto uma força quanto um desafio superado. Se por um lado serve como um poderoso case de que as ideias do partido são aplicáveis na prática, a sua saída para o DC na eleição passada, antes vista como um sinal de desalinhamento, hoje é reinterpretada. Com a superação de obstáculos internos no cenário estadual, o episódio é visto mais como um reflexo de uma conjuntura que não existe
mais, abrindo caminho para uma reaproximação. O sucesso da gestão é uma vitória ideológica que o partido agora pode reivindicar de forma mais direta.
O desafio para o núcleo local, portanto, se transforma: não se trata mais de explicar um paradoxo, mas de capitalizar politicamente essa reaproximação e os resultados de um governo que se originou em seus quadros. A isso se soma a missão de ampliar o diálogo para além do setor empresarial, traduzindo a pauta de eficiência em benefícios tangíveis para toda a população.
A próxima reunião, em 14 de outubro, será um termômetro importante para medir a força real dessa mobilização e como o partido pretende navegar essas complexidades. O cenário está montado, e as peças começam a se mover no tabuleiro político de Patrocínio.
