Desafios e perspectivas da exploração mineral em debate na capital mundial do titânio

Poucos sabem, mas Patrocínio, no coração do Alto Paranaíba, guarda um tesouro em seu subsolo. Segundo dados do Anuário Mineral de Minas Gerais e do DNPM, a cidade possui a maior reserva de titânio do mundo, um mineral estratégico e vital para diversas indústrias, da aeroespacial à produção de próteses médicas. Desde a década de 1980, essas reservas em Patrocínio são reconhecidas como as maiores globalmente.
A importância do titânio é ressaltada pela estatal mineira Codemge, que destaca seu uso em tintas especiais para embalagens, próteses dentárias, além de componentes de aviões e mísseis, graças à sua resistência e durabilidade. No estado de Minas Gerais, os depósitos se concentram em Araxá, Tapira, e, em Patrocínio, destacam-se quatro reservas: Salitre I, Salitre II, Salitre III (que se estende até Serra do Salitre) e Serra Negra.
Apesar do Brasil deter a maior reserva mundial, sua produção atual representa apenas 1% do total global, um mercado dominado por nações como China, África do Sul e Austrália. Especialistas alertam para a necessidade de que a exploração em Patrocínio ocorra de forma responsável, com foco em benefícios sociais e ambientais para a comunidade local. A preocupação é que a história do fosfato não se repita, onde a extração gerou poucos retornos diretos para a população patrocinense.
A descoberta de titânio em cristais de perovskita no complexo de Salitre em 2014 reforçou a importância estratégica da região. A exploração responsável e com retorno social para a cidade é o principal desafio a ser superado, garantindo que a riqueza do subsolo se traduza em desenvolvimento e prosperidade para Patrocínio.