Ex-presidente foi levado para a Superintendência da PF, em Brasília, em cumprimento a um mandado expedido para garantia da ordem pública; decisão ocorre após rejeição de últimos recursos contra condenação de 27 anos por suposta tentativa de golpe de Estado.

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22/11), em Brasília, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal (PF) chegou ao condomínio do político por volta das 6h e o conduziu para a Superintendência da PF na capital, onde foi alocado em uma “sala de Estado”, espaço reservado para autoridades.
A prisão, confirmada pela PF em nota oficial, é uma medida cautelar de natureza preventiva, e não o início automático do cumprimento da pena. Segundo informações preliminares, a ordem judicial, expedida pelo Ministro Alexandre de Moraes, foi motivada pela garantia da ordem pública, especialmente após a convocação de atos de apoio ao ex-presidente em frente ao seu condomínio, o que poderia, segundo a avaliação da PF, dificultar ações futuras.
Entenda o Contexto da Decisão
A prisão preventiva ocorre na reta final do julgamento da chamada “trama golpista”, no qual o ex-presidente foi condenado, em setembro, a 27 anos e três meses de prisão, em regime inicialmente fechado, por crimes contra o Estado Democrático de Direito.
- A Condenação: Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do STF em setembro (com o julgamento finalizado em 11/09/2025), sendo responsabilizado por liderar um grupo que visava a anulação do resultado eleitoral e a permanência no poder.
- O Prazo Final: Após a publicação do acórdão (detalhamento da decisão) em outubro, a defesa do ex-presidente apresentou recursos conhecidos como embargos de declaração. A rejeição unânime desses recursos pela Primeira Turma foi formalizada na última segunda-feira (17/11), aproximando o caso do seu trânsito em julgado. O prazo final para a apresentação de novos recursos está previsto para se encerrar na próxima semana.
- Pedido da Defesa: Na véspera da prisão, na sexta-feira (21/11), a defesa protocolou um pedido ao STF para a concessão de uma “prisão domiciliar humanitária”, alegando condições de saúde que exigiriam acompanhamento médico contínuo, como alternativa ao regime fechado.
O ministro Alexandre de Moraes convocou a Primeira Turma do STF para uma sessão virtual na próxima segunda-feira, 24 de novembro, para que a decisão da prisão preventiva seja referendada pelos demais ministros.