Previsão de R$ 1.630 para 2026 é classificada como a maior em termos reais dos últimos 50 anos; impactos nas despesas públicas são estimados em R$ 420 milhões a cada real de reajuste.

O governo federal, por meio dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento, apresentou no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) uma projeção ambiciosa para o salário mínimo nos próximos anos. Segundo o documento, o valor do mínimo deverá atingir R$ 1.630 em 2026, representando um aumento de 7,37% em relação ao ano corrente. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, confirmou a previsão durante uma reunião da Câmara dos Deputados, transmitida pela TV Senado na última terça-feira, 8 de julho.
Tebet ressaltou que a previsão de R$ 1.630 para 2026 representa, em termos reais, o maior salário mínimo dos últimos 50 anos. A ministra também reiterou o impacto financeiro de cada real de aumento no mínimo, que gera um acréscimo de R$ 420 milhões nas despesas públicas. Esse impacto se deve principalmente aos benefícios sociais e previdenciários vinculados ao salário mínimo, como aposentadorias e abonos.
Além da projeção para 2026, o PLDO delineia um cenário de valorização contínua para os anos seguintes. De acordo com o documento, o salário mínimo deverá alcançar R$ 1.724 em 2027, R$ 1.823 em 2028 e R$ 1.925 em 2029. Embora os critérios exatos para o cálculo desses reajustes anuais não tenham sido detalhados, a política de valorização do salário mínimo historicamente considera a reposição da inflação somada ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores, visando ganhos reais para os trabalhadores.
A proposta segue para discussão e aprovação no Congresso Nacional, onde parlamentares analisarão os impactos e a viabilidade das projeções apresentadas pelo governo.