Mandados são cumpridos em quatro estados para desarticular grupo que oferecia ataques DDoS sob demanda.

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (3), uma operação com o objetivo de desarticular um grupo especializado em oferecer serviços ilegais de ataques cibernéticos, conhecidos como booters e stressers. Esses serviços clandestinos facilitam a execução de ataques de negação de serviços distribuídos (DDoS – Distributed Denial of Service) sob demanda.
Os ataques DDoS consistem em tentativas maliciosas de interromper o tráfego normal de um servidor, serviço ou rede, sobrecarregando-o com uma enxurrada de tráfego de internet de múltiplas fontes. O objetivo é tornar o alvo inacessível para usuários legítimos, causando a indisponibilidade do sistema e, consequentemente, interrupção de operações e prejuízos.
Alvos e Mandados
A ação, denominada Operação Power OFFcom, cumpriu mandados de busca e apreensão, além de dois mandados de prisão temporária. Os mandados foram executados nas cidades de São Paulo, São Caetano do Sul, Rio de Janeiro e Tubarão (Santa Catarina).
Os alvos da operação incluem tanto os administradores das plataformas ilegais quanto usuários que contrataram os serviços para realizar ataques contra sistemas de alta relevância.
Investigações e Alcance Global
As investigações da Polícia Federal contaram com o apoio do FBI (Federal Bureau of Investigation). Foi constatado que as plataformas ilegais permitiam que qualquer pessoa, mesmo sem conhecimento técnico, contratasse ataques DDoS mediante pagamento. Os serviços eram hospedados em servidores de nuvem distribuídos em diversos países.
Entre os ataques atribuídos aos usuários dessas plataformas, segundo a PF, estão ofensivas contra órgãos estratégicos brasileiros, como a própria Polícia Federal (em 2020), o Serpro, a Dataprev e o Centro Integrado de Telemática do Exército Brasileiro (em 2018).