A crescente exposição de crianças e adolescentes na internet se torna um alerta para pais e responsáveis, enquanto a Câmara Municipal de Patrocínio inclui o tema em pauta para discussão local.

A internet, que se tornou um vasto universo de informações e entretenimento, esconde um perigoso labirinto para o público mais vulnerável: as crianças e adolescentes. A cada dia, o debate sobre a adultização infantil nas redes sociais ganha mais força, revelando um preocupante cenário onde criminosos usam códigos e emojis aparentemente inofensivos para se comunicar e cometer crimes.
O alerta ganhou repercussão nacional após um vídeo publicado pelo influenciador Felipe Bressanin Pereira, conhecido como Felca. O conteúdo, que já ultrapassava 45 milhões de visualizações em uma semana, denunciou a prática e identificou centenas de perfis suspeitos nos comentários.
De acordo com a Childhood Brasil, uma organização que atua na proteção da infância, alguns emojis têm significados distorcidos por pedófilos:
- O símbolo do milho (🌽) é associado à palavra “corn”, cuja sonoridade remete a “porn” (pornografia).
- O emoji de macarrão instantâneo (🍜), chamado “noodles”, é utilizado em referência à palavra “nudes”.
A diretora da entidade, Laís Peretto, reforça que a internet é uma “praça pública” e que é preciso ter cautela ao expor a imagem de crianças. “A gente não sai pela rua distribuindo fotos das nossas crianças. A gente não sabe quem são as pessoas que estão do outro lado olhando essas fotografias”, alertou. Ela enfatiza a importância de perfis fechados e de conversas abertas com crianças e adolescentes para que eles compreendam os riscos a que estão expostos.
A Polícia Civil de São Paulo confirma que a exposição nas redes facilita a ação dos pedófilos. A delegada Luciana Peixoto, responsável pela repressão à pedofilia no DHPP de São Paulo, reforça a importância da vigilância e destaca outros emojis comuns usados por criminosos, como o “smile babando” e a carinha com “olhos de coração”. “Isso já é crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente e isso tem que ser noticiado para a polícia”, afirmou.
Repercussão local e a discussão na Câmara Municipal
O debate em nível nacional ecoa em Patrocínio, onde a pauta sobre a adultização das crianças na internet será discutida na reunião da Câmara Municipal. A inclusão do tema na agenda reforça a seriedade do problema e a necessidade de que o poder público, juntamente com a sociedade, atue na prevenção e combate a esses crimes.
A discussão na esfera pública é um passo crucial para conscientizar pais, educadores e a comunidade sobre os perigos ocultos na internet e a importância de monitorar o acesso de crianças e adolescentes às redes sociais. O objetivo é criar uma rede de proteção que garanta um ambiente digital mais seguro para as futuras gerações.