Lucro do Banco do Brasil abaixo do esperado e declarações de Haddad sobre contas públicas agitam o mercado em 16 de maio; cenário externo também influencia.

O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores brasileira, opera em queda nesta sexta-feira, 16 de maio, após ter atingido um novo recorde no dia anterior, ultrapassando a marca dos 139 mil pontos. O recuo é puxado principalmente pelas ações do Banco do Brasil, que despencam mais de 12%, reflexo da divulgação de um lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões no primeiro trimestre deste ano, valor 20,7% menor em relação ao mesmo período do ano anterior. A estimativa de analistas compilada pela Reuters apontava para um lucro de R$ 9,23 bilhões.
“O Banco do Brasil teve um trimestre desafiador, com deterioração na qualidade da carteira de crédito, especialmente no agro. A inadimplência rural segue em alta e pressiona os resultados, exigindo maior cautela por parte da gestão”, avalia Evandro Medeiros, analista CNPI da Suno Research. O banco também anunciou a suspensão de projeções corporativas para 2025, incluindo linhas de custo do crédito, margem financeira bruta e lucro líquido ajustado.
Em um dia de agenda mais esvaziada, o dólar inverteu o sinal no início da tarde e passou a operar em baixa, sendo negociado a R$ 5,67 às 13h20. Além dos resultados das empresas no 1º trimestre, investidores seguem atentos à divulgação de indicadores econômicos nos Estados Unidos e às questões fiscais no Brasil, após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Haddad admitiu que a equipe econômica avalia novas medidas para cumprir a meta deste ano e o arcabouço fiscal, mas negou que o governo esteja preparando um novo “pacote fiscal”. “São medidas pontuais para cumprimento da meta fiscal como fizemos no ano passado”, afirmou o ministro.
No cenário internacional, os mercados também acompanham os desdobramentos dos acordos comerciais do governo Trump e a divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do primeiro trimestre do ano pelo IBGE, que mostrou alta do desemprego em 12 estados brasileiros. Nos EUA, a confiança do consumidor registrou nova queda em maio, segundo a Universidade de Michigan.
Às 13h18, o dólar operava em baixa de 0,09%, cotado a R$ 5,6741. Na véspera, a moeda americana fechou em alta de 0,83%, cotada a R$ 5,6792, acumulando alta de 0,83% na semana, ganho de 0,04% no mês e perda de 8,10% no ano. No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,78%, aos 138.244 pontos, acumulando alta de 2,08% na semana, avanço de 3,17% no mês e ganho de 15,85% no ano.