Burocracia impede atendimento de milhares de servidores desde setembro de 2025; Santa Casa e IPSEMG divergem sobre responsabilidade inicial, mas prazo de fevereiro é a nova meta de união política.

A suspensão do convênio do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG) com a Santa Casa de Patrocínio — que já perdura desde setembro de 2025 — entrou em uma fase de pressão política e alertas urgentes. Uma força-tarefa composta pela Deputada Federal Greyce Elias (que participou on-line), o Presidente da Câmara Municipal, Nikolas Elias, e o professor e mobilizador Rodrigo de Oliveira, se reuniu ontem, dia 26, na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, para cobrar explicações e defender a imediata reativação dos serviços.
O impasse burocrático, que afeta milhares de servidores públicos estaduais e seus familiares na região, exige uma solução rápida.
Cronograma de Retomada em Risco e a Causa Burocrática
Durante o encontro, os participantes receberam informações cruciais sobre o caminho para a retomada do atendimento. Segundo a diretora da DIPS/IPSEMG, Ana Carolina, a assistência médica pode ser reativada em fevereiro ou, no cenário menos favorável, somente em março de 2026, condicionada ao envio de toda a documentação pendente por parte da Santa Casa.
A crise foi deflagrada após um problema de prazo. Segundo a Presidente do Conselho de Administração da Santa Casa, Maristela Brito, a instituição fez o envio de toda a papelada, mas a validação de um documento crucial pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) chegou ao IPSEMG cinco dias após o prazo final.
“Fizemos tudo conforme solicitado, mas a validação do CRM veio cinco dias depois do prazo final do Ipsemg. Isso acabou inviabilizando a continuidade do contrato,” afirmou Maristela Brito, isentando a Santa Casa da culpa pelo atraso inicial.
A Voz de Quem Sofre e a Cobrança Política
A mobilização política é unânime em classificar a situação como inaceitável. O professor Rodrigo de Oliveira, que atua na defesa dos servidores, manifestou sua frustração após a reunião em BH: “O que ouvimos em Belo Horizonte é muito sério. A instituição IPSEMG não tem culpa pela interrupção do atendimento. Saí bastante chateado da reunião, porque sei que muitas pessoas estão sofrendo pela falta de assistência — e tudo isso poderia ter sido evitado”, afirmou.
O presidente da Câmara, Nikolas Elias, tem sido peça-chave nas tratativas desde o início da crise, trabalhando ao lado da Deputada Greyce Elias para manter o tema como prioridade na agenda estadual. A deputada federal, por sua vez, tem sido a principal voz na defesa do convênio em 2024, atuando diretamente com autoridades do estado.
Os servidores, representados pelo SISIPSEMG (Sindicato dos Servidores dos Institutos de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais), que já está em mobilização por outras pautas da categoria, acompanham de perto a situação, aguardando o fim do calvário que os obriga a buscar atendimento fora da cidade ou recorrer a planos privados.
O vínculo permanente entre o IPSEMG e a Santa Casa dependerá da publicação de um novo edital estadual de credenciamento, processo que a força-tarefa também busca acelerar junto ao Governo de Minas Gerais. Novas movimentações e desdobramentos sobre a documentação e o edital são aguardados nos próximos dias.