Resultado é impactado por revisão da Aneel em ativos da Chesf; empresa busca eficiência e anuncia investimentos.

Na manhã de 15 de maio de 2025, a Eletrobras divulgou seu balanço do 1º trimestre, revelando um prejuízo de R$ 81 milhões. O resultado, divulgado às 08h32, foi impactado pela revisão feita pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na base regulação de ativos da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), uma das principais subsidiárias da Eletrobras. Segundo a empresa, o impacto total da revisão foi de R$ 952 milhões, o que afetou o resultado contábil.
Apesar do prejuízo, a Eletrobras apresentou resultados positivos em outras áreas. As despesas com pessoal, material, serviços e outros (PMSO) tiveram redução de 28% em relação ao último trimestre de 2024 e de 8% na comparação com o mesmo período de 2024. A empresa atribui essa redução à adequação do quadro de pessoal e ajustes em processos e na estrutura organizacional.
Os acordos para renegociação de empréstimos compulsórios também seguiram em trajetória decrescente desde a capitalização. O estoque da dívida diminuiu R$ 2,9 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado, com recuo de R$ 447 milhões na comparação com o último trimestre de 2024. A Eletrobras destaca que esse passivo, que chegou a R$ 26,1 bilhões no segundo trimestre de 2022 e hoje está em R$ 13,1 bilhões, tem origem em cobranças debitadas nas contas dos consumidores finais, que financiaram a expansão do sistema elétrico brasileiro.
O presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, ressaltou o foco no crescimento e nos investimentos da companhia. “Estamos cada vez mais focados no crescimento da companhia e no reforço de investimentos. É um novo momento”, afirmou. Monteiro também destacou a busca por eficiência, sem abrir mão da segurança dos ativos, pessoas e meio ambiente.
No primeiro trimestre de 2025, a Eletrobras somou investimentos de R$ 912 milhões. A queda de 25% em relação ao desembolso do mesmo período de 2024 é explicada pela conclusão do parque eólico de Coxilha Negra, em Santana do Livramento (RS), que entrou em operação em abril com capacidade de geração de 302,4 MW e representou investimentos de mais de R$ 2,4 bilhões. A empresa também destacou o avanço das obras do Linhão Manaus-Boa Vista, com 87% de conclusão e previsão de término no segundo semestre do ano. Com investimento total de R$ 3,3 bilhões, essa obra, paralisada por mais de 10 anos, conectará todos os estados do Brasil ao sistema integrado nacional.