Ex-presidente do BC liderará políticas públicas do Nubank, mas nomeação reacende debate sobre investigação envolvendo offshore
A transição de carreira de Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central do Brasil, para o Nubank, uma das maiores plataformas de serviços financeiros digitais do mundo, promete agitar o cenário financeiro. O anúncio, feito pelo Nubank nesta terça-feira (5), revela que Campos Neto assumirá o cargo de vice-presidente e chefe global de políticas públicas a partir de 1º de julho, após cumprir o período de quarentena exigido por lei.
Além de sua função executiva, Campos Neto também integrará o conselho de administração da Nu Holdings, a holding do Nubank. Segundo o Nubank, o ex-presidente do BC terá como missão “liderar os esforços em inovação, estratégia de negócios e regulação internacional”, reportando-se diretamente a David Vélez, fundador e CEO da instituição.
A nomeação de Campos Neto foi recebida com entusiasmo por Vélez, que destacou a experiência do economista em áreas como o PIX e o Open Finance, sistemas que revolucionaram o setor financeiro brasileiro. “Estamos confiantes de que sua vasta experiência técnica nos setores financeiro e regulatório proporcionará uma liderança estratégica valiosa para o crescimento contínuo de nosso portfólio e operações na América Latina e em futuras geografias”, afirmou o CEO do Nubank em nota oficial.
No entanto, a chegada de Campos Neto ao Nubank ocorre em um momento em que o ex-presidente do Banco Central enfrenta questionamentos sobre uma investigação envolvendo a manutenção de uma offshore no exterior. A 1ª turma do TRF da 1ª região autorizou a retomada da investigação, que havia sido suspensa por uma liminar, reacendendo o debate sobre possíveis conflitos de interesse.
A notícia da nomeação de Campos Neto gerou reações nas redes sociais, especialmente no Twitter (X), onde usuários expressaram opiniões contrárias à sua ida para o Nubank, citando a investigação em curso. A ausência de um posicionamento público de Campos Neto sobre a controvérsia deixa em aberto como essa questão será abordada em sua nova função.
Apesar da polêmica, é inegável a relevância da experiência de Campos Neto para o Nubank. Seu histórico no Banco Central, marcado pela implementação de tecnologias inovadoras no sistema financeiro, pode ser um trunfo para a empresa em seus planos de expansão e desenvolvimento de novos produtos e serviços.
O Nubank, por sua vez, é uma das maiores plataformas de serviços financeiros digitais do mundo, com milhões de clientes no Brasil e em outros países da América Latina. A empresa tem se destacado por sua abordagem inovadora, focada na inclusão financeira e na oferta de soluções simples e acessíveis.
A contratação de Campos Neto representa um novo capítulo na história do Nubank, que busca consolidar sua posição como líder no setor financeiro digital. Resta saber como a empresa e o ex-presidente do Banco Central irão lidar com os desafios e expectativas que cercam essa transição.
