Virada de 3 a 2 em Tóquio quebra tabu de invencibilidade da Seleção Brasileira e levanta questões sobre o equilíbrio mental do grupo de Ancelotti.

A Seleção Brasileira masculina de futebol sofreu uma derrota que entrará para a história ao ser superada de virada por 3 a 2 pelo Japão, em amistoso realizado em Tóquio nesta terça-feira (14), com transmissão no horário atípico das 7h30 da manhã (horário de Brasília).
O resultado marca a primeira vitória dos japoneses contra o Brasil em toda a história do confronto, quebrando um tabu de 13 jogos de invencibilidade que perdurava por décadas.
Apesar de começar bem e abrir uma vantagem de 2 a 0 na primeira etapa, com gols de Paulo Henrique e Gabriel Martinelli, a equipe comandada pelo técnico Carlo Ancelotti não resistiu à pressão e sofreu três gols em apenas 20 minutos no segundo tempo, com Minamino, Nakamura e Ueda virando o placar.
Na coletiva pós-jogo, Ancelotti foi enfático ao analisar a súbita queda de desempenho após o primeiro gol sofrido, que se originou de um erro individual do zagueiro Fabrício Bruno, jogador do Cruzeiro.
“Até o erro de [Fabrício] Bruno no primeiro gol, o jogo estava bem controlado. Depois disso, a equipe desmoronou mentalmente. Esse foi o maior erro da equipe,” afirmou Ancelotti, reforçando que o problema foi a resposta psicológica do grupo ao revés. “Não acho que o segundo tempo tenha sido ruim no geral, mas o erro teve um impacto muito grande sobre os jogadores.”
O treinador, no entanto, descartou a influência do erro individual na escolha de jogadores para a Copa do Mundo de 2026. “Erros individuais não afetam a presença de um jogador na equipe. O que temos de avaliar é a reação da equipe após o primeiro erro, que não foi bom porque perdemos um pouco do nosso equilíbrio em campo, nosso pensamento positivo. É uma boa lição para o futuro”.
A derrota acontece em um momento crucial de preparação. Ancelotti reforçou que este e o próximo período de jogos são de “testes”, visando encontrar o equilíbrio ideal para a equipe.
Os próximos compromissos da Seleção serão os amistosos contra Senegal e Tunísia, em novembro, na última Data FIFA do ano. A partir daí, o foco se volta para o objetivo principal: a sequência de jogos restantes pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, onde a equipe busca consolidar sua vaga.
A virada histórica serve, nas palavras do próprio treinador, como um alerta: “Na Copa do Mundo, temos de encontrar um equilíbrio. Temos de aprender com nossos erros. Foi uma boa lição esta noite. Acho que precisamos encontrar equilíbrio no que fazemos. É um processo…”