Ex-presidente terá que usar tornozeleira eletrônica, ficará sem acesso a redes sociais e cumprirá recolhimento domiciliar após decisão do STF.

Uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira em Brasília colocou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sob um regime de severas restrições. A ação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), culminou na imposição de medidas cautelares que impactam diretamente a rotina do ex-presidente.
A principal delas é a obrigação de usar tornozeleira eletrônica, com monitoramento contínuo por 24 horas. Além disso, Jair Bolsonaro deverá cumprir recolhimento domiciliar noturno, com horário estabelecido entre 19h e 7h, e durante todo o período dos fins de semana.
As restrições se estendem ao ambiente digital e social. O ex-presidente está proibido de acessar suas redes sociais e de manter qualquer tipo de contato com outros indivíduos investigados ou réus no mesmo inquérito. A decisão judicial também veta a comunicação com diplomatas e embaixadores estrangeiros, bem como a aproximação de embaixadas.
A operação da PF, que incluiu mandados de busca e apreensão na residência de Bolsonaro e na sede do Partido Liberal (PL), resultou na apreensão de 14.000 dólares e R$ 8 mil em espécie na casa do ex-presidente. Embora a investigação apure um suposto plano de fuga terrestre, dada a apreensão prévia de seu passaporte pelo STF, o destaque da ação recai sobre as medidas cautelares imediatamente impostas.
O deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL, confirmou a operação e relatou a surpresa do ex-presidente com a ação policial. Celulares, documentos e um computador foram apreendidos na residência de Bolsonaro.
Em nota, a Polícia Federal confirmou o cumprimento dos mandados e das medidas cautelares, em atendimento a uma decisão do STF no âmbito da PET n.º 14129. A defesa de Jair Bolsonaro, por sua vez, expressou “surpresa e indignação” com as medidas, salientando que o ex-presidente sempre colaborou com o Poder Judiciário e que se manifestará após analisar a decisão. O Partido Liberal, em comunicado, classificou a medida como “desproporcional”, questionando sua necessidade frente à disposição de Bolsonaro em cooperar com as autoridades.