Presidente da ONG Preservar questiona eficácia do exercício e chama atenção para possíveis impactos ambientais e humanos em caso de rompimento.

Em resposta exclusiva à redação do Patrocínio Fácil, o ambientalista Alan Guimarães Machado, presidente da ONG Preservar, apresentou duras críticas à simulação de emergência realizada pela EuroChem em sua barragem de rejeitos em Serra do Salitre, no final de 2024. Segundo ele, o exercício, embora obrigatório por lei, não garantiu resultados efetivos e deixou lacunas preocupantes no atendimento às potenciais vítimas de um rompimento.
“Que nós podemos falar que a ONG Preservar foi convidada pelas supostas vítimas, em caso de rompimento da barragem da EuroChem, onde notamos que, como diz, nada foi cumprido. A EuroChem cumpre sua legislação de executar esse simulado. Porém, até o horário específico não foi atendido, como também não houve um resultado efetivo de como as vítimas vão ser atendidas em caso de rompimento”, destacou o ambientalista.
Críticas à Estrutura e ao Planejamento
Alan apontou falhas na organização e execução do exercício, como a ausência de bombeiros, polícia ambiental e representantes da própria EuroChem no evento. Ele também afirmou que a Defesa Civil, apesar de presente, não demonstrou ações efetivas durante a simulação. Para o presidente da ONG Preservar, a atividade foi apenas um cumprimento formal da legislação, sem compromisso real com a proteção da vida humana, da fauna, da flora e dos recursos hídricos locais.
“O que a gente vê é que pode futuramente prejudicar a comunidade. Tanto as ribeirinhas que estão abaixo da barragem como a comunidade Cruzeiro da Fortaleza, Patos de Minas até Presidente Olegário”, alertou Alan.
Ele foi além, classificando a simulação como um “alto da compadecida”, sugerindo que o evento foi mais um teatro do que uma ação prática para prevenir desastres. Alan também questionou se o Poder Judiciário será capaz de exigir medidas concretas para garantir a preservação da vida e do meio ambiente.
Impactos Ambientais e Direitos Humanos
O ambientalista destacou que um possível rompimento da barragem teria consequências devastadoras para as comunidades e ecossistemas da região. Ele mencionou que a preservação de nascentes, animais e flora deveria ser uma prioridade e lembrou que o direito à vida é um princípio constitucional.
“Nada mais é como diz nos colocam de goela abaixo porque a legislação exigiu. Eu quero saber se o Poder Judiciário vai exigir a preservação da vida humana. Se vai exigir a preservação dos requisitos ambientais, da vida animal que está ali, da vida da flora que está ali, das nascentes que estão ali.”
Em sua mensagem, Alan concluiu pedindo maior responsabilidade das autoridades e da empresa, além de reforçar a necessidade de ações preventivas que realmente garantam a segurança das pessoas e a preservação ambiental.