Apesar de Fiscalização Reforçada, Homem de 47 Anos Usava Celular e “Cola Digitalizada” para a Redação; Polícia Federal Autua por Fraude e Estelionato.

A fiscalização rigorosa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) confirmou sua eficácia neste último domingo (9), quando um candidato foi preso em flagrante pela Polícia Federal (PF) em Juazeiro do Norte (CE), após tentar fraudar a prova. O caso serve como um forte alerta aos milhões de estudantes que buscam uma vaga na universidade: as tentativas de fraude, mesmo sofisticadas, estão sendo coibidas.
O Flagrante na Sala de Aula
O candidato, identificado como Orleudo Ferreira Teixeira, de 47 anos (informação apurada pelo g1), foi inicialmente autorizado a entrar na sala de provas após apresentar uma justificativa para portar um dispositivo médico. No entanto, o que parecia ser um procedimento legítimo desvendou uma tentativa de fraude.
- Próximo ao término da prova, os fiscais identificaram que o homem utilizava um aparelho celular não declarado, contrariando as regras expressas do Enem.
- Durante a revista pessoal, foi encontrado um rascunho com trechos digitalizados que, segundo a PF, poderiam ser utilizados diretamente na redação.
A combinação do aparelho proibido com o material de “cola digitalizada” comprovou a intenção do candidato de obter vantagem ilícita.
Consequências Imediatas e Riscos Legais
Após a prisão em flagrante, o candidato foi conduzido à delegacia da Polícia Federal. Ele foi autuado por dois crimes graves:
- Fraudes em Certames de Interesse Público (Art. 311-A do Código Penal): Este crime, criado especificamente para punir a “cola eletrônica”, prevê pena de reclusão de um a quatro anos e multa.
- Crime de Estelionato (Art. 171 do Código Penal): Pela tentativa de obter vantagem ilícita, a pena base é de reclusão de um a cinco anos e multa.
Além da esfera criminal, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) deverá aplicar a sanção administrativa, que, em casos comprovados de fraude, resulta na anulação imediata de sua prova e na proibição de realizar o exame em edições futuras.
O caso reforça a mensagem de que, apesar dos recursos tecnológicos, a honestidade e o preparo continuam sendo os únicos caminhos válidos para o sucesso no Enem.