Operação Sem Desconto revela que Stefanutto era peça-chave em esquema que desviou R$ 640 milhões de pensões e aposentadorias.

A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã de ontem (13) o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, em uma nova fase da Operação Sem Desconto. O foco da investigação é um esquema colossal de desvios de recursos que explorava aposentados e pensionistas por meio de descontos associativos não autorizados.
O Esquema e os Valores Chocantes
Documentos obtidos pela PF e encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF) apontam que Stefanutto não era apenas conivente, mas uma peça “estratégica” para manter a estrutura criminosa ativa.
- Propina Mensal: O ex-presidente do INSS é suspeito de receber até R$ 250 mil por mês em propinas pagas pela organização criminosa.
- Entidade-Chave: O esquema operava principalmente através da entidade Conafer , conveniada com o INSS, que fraudava autorizações para descontos em folha de aposentados e pensionistas.
- Desvio Total Estimado: A PF estima que mais de R$ 640 milhões foram desviados entre 2017 e 2023 somente por meio da Conafer.
- Lavagem de Dinheiro: Os pagamentos de propina a Stefanutto eram feitos por meio de empresas de fachada e, de forma surpreendente, até mesmo por meio de uma pizzaria, visando ocultar a origem ilícita dos valores.
Stefanutto havia sido exonerado do cargo em abril, logo após a Operação Sem Desconto revelar as fraudes iniciais contra os beneficiários do INSS.
A investigação continua em andamento e foca em crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário e corrupção.
Em nota, a defesa de Alessandro Stefanutto informou que, até o momento, não teve acesso ao teor da decisão que resultou na prisão de seu cliente.
“Trata-se de uma prisão completamente ilegal, uma vez que Stefanutto não tem causado nenhum tipo de embaraço à apuração, colaborando desde o início com o trabalho de investigação”, diz a nota ao manifestar confiança de que comprovará a inocência do ex-presidente do instituto.