Governo de Minas Gerais decreta luto oficial de três dias, e Milton Nascimento lamenta: “O Brasil perde um de seus artistas mais geniais”. O legado do artista, coautor de O Trem Azul, é imortalizado.

A música popular brasileira e, em especial, o estado de Minas Gerais, estão de luto. Faleceu na noite deste domingo (2), em Belo Horizonte, o cantor e compositor Lô Borges, aos 73 anos, um dos nomes mais geniais e fundadores do lendário movimento Clube da Esquina. A morte ocorreu às 20h50, no Hospital Unimed, por falência múltipla de órgãos, após o artista estar internado desde 17 de outubro com um quadro de intoxicação medicamentosa.
Em rápido reconhecimento à magnitude de sua contribuição para a cultura mineira, o Governo de Minas Gerais decretou luto oficial de três dias, a partir desta segunda-feira (3), e disponibilizou o Foyer do Palácio das Artes para o velório público nesta terça-feira (4).
A Voz da Esquina e a Dimensão da Perda
Lô Borges, nascido no tradicional bairro Santa Tereza em Belo Horizonte, foi coautor do icônico disco Clube da Esquina (1972) com Milton Nascimento, que revolucionou a música nacional ao fundir rock, jazz e MPB.
A dimensão de sua arte foi expressa por seu amigo e parceiro de infância, Milton Nascimento, que, em homenagem emocionada, afirmou que Lô Borges “foi — e sempre será — uma das pessoas mais importantes” de sua vida e obra, e que “o Brasil perde um de seus artistas mais geniais, inventivos e únicos”. Autoridades mineiras, como o governador Romeu Zema e o prefeito de Belo Horizonte, também manifestaram pesar, destacando que Lô levou o nome do estado para o mundo.
Para um estado que é o segundo mais populoso do Brasil e se mantém como referência nacional na preservação do patrimônio cultural, a perda de Lô Borges, um de seus ícones mais autênticos, é um golpe na identidade sonora e artística de Minas Gerais.
Lô Borges deixa um legado atemporal de composições que se tornaram trilhas sonoras para milhões de brasileiros, incluindo clássicos como:
- O Trem Azul;
 - Um Girassol da Cor do Seu Cabelo;
 - Tudo Que Você Podia Ser;
 - Nada Será Como Antes.
 
O músico manteve intensa atividade criativa até seus últimos anos, lançando um álbum por ano desde 2019 e, mais recentemente, o disco Céu de Giz (2024), em parceria com Zeca Baleiro.