Colisão entre moto e caminhonete, com atendimento de ex-secretário de Saúde, levanta preocupações sobre a confusão no trânsito após a retirada do balão.
Na noite desta sexta-feira, 17 de outubro de 2025, um grave acidente de trânsito na Avenida Rui Barbosa, nas proximidades do viaduto, mobilizou equipes de emergência e gerou forte preocupação na comunidade. A colisão envolveu uma motocicleta e uma caminhonete, deixando o motoqueiro ferido.
O fato ganhou um elemento notável quando um ex-secretário de Saúde de Patrocínio, que estava próximo ao local, prontificou-se a prestar os primeiros socorros. A intervenção rápida de testemunhas e do ex-secretário foi crucial, fornecendo auxílio imediato à vítima até a chegada das equipes de emergência para o encaminhamento adequado.
As autoridades seguem investigando as circunstâncias do acidente.
O acidente de sexta-feira soma-se a, pelo menos, outra ocorrência registrada na mesma via na quinta-feira, reforçando a percepção de uma recorrência maior de acidentes neste trecho desde que a via passou pela recente reforma.
A principal crítica e motivo da insegurança, segundo a avaliação de quem utiliza o trecho, reside na alteração do projeto de trânsito, especificamente com a retirada do balão na confluência com a Avenida Jacinto Barbosa.
A nova configuração da via criou uma assimetria perigosa: veículos que vêm da Avenida Rui Barbosa foram autorizados a virar para qualquer lado, enquanto o fluxo de quem vem da Avenida Jacinto Barbosa não recebeu o mesmo tratamento, gerando uma situação de confusão e conflito na sinalização e na preferência.
A mudança no projeto, que deveria melhorar o fluxo, está sendo apontada como o vetor de risco que elevou a probabilidade de colisões graves, especialmente no período noturno.
Diante do cenário de insegurança percebido pela população é necessário um posicionamento oficial das autoridades de trânsito e da Secretaria de Obras. É urgente que o poder público apresente uma análise técnica que justifique a nova configuração da via e, principalmente, dados estatísticos de acidentes do período pós-reforma, em comparação com o período anterior, para atestar a segurança do projeto.
1 Comentário
A verdade sobre o trânsito em Patrocínio: irresponsabilidade não pode ser confundida com falha de gestão
Nos últimos dias, muito se tem falado sobre o recente acidente ocorrido no viaduto de Patrocínio. Contudo, é necessário esclarecer, de forma técnica e responsável, que todas as mudanças promovidas no sistema viário do município são resultados de estudos técnicos detalhados, realizados por engenheiros de tráfego, especialistas em mobilidade urbana e técnicos capacitados.
As alterações foram planejadas com base em critérios técnicos de segurança e fluidez, e amplamente aprovadas pela população diretamente impactada — com índices de aceitação superiores a 90%, conforme levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SESTRAN).
Atribuir tragédias no trânsito a modificações devidamente estudadas e aprovadas é negar a realidade e acobertar comportamentos imprudentes. O fato é que, em tese, grande parte dos acidentes envolvendo motociclistas ocorre em razão do descumprimento das normas básicas de circulação e conduta, tais como o avanço de sinal vermelho, o tráfego na contramão de direção e o excesso de velocidade.
É inaceitável que tais práticas sejam justificadas sob o argumento de que o condutor “está trabalhando”. A função profissional não confere a ninguém o direito de colocar em risco a vida própria e de terceiros. Dados da SESTRAN indicam que os motociclistas estão envolvidos em mais de 70% dos acidentes registrados na cidade, sendo que, em grande parte desses casos, há relatos de condutas temerárias e desrespeito às leis de trânsito.
Outro ponto que merece destaque é a situação dos moto-fretes, entregadores e prestadores de serviço sobre duas rodas, muitos dos quais atuam de forma desregulamentada ou contratados na informalidade. Essa prática, além de ilegal, coloca o trabalhador em condições precárias e incentiva o descumprimento das normas de segurança.
Os empregadores que contratam motociclistas sem observar as exigências legais — como o uso de equipamentos obrigatórios, licenciamento adequado e cumprimento da legislação específica para transporte de mercadorias — também possuem responsabilidade direta, em tese, pelos riscos gerados à coletividade.
A SESTRAN reafirma seu compromisso com a segurança e a ordem no trânsito, e informa que medidas urgentes e firmes serão adotadas para corrigir essas distorções. A secretaria continuará investindo em educação no trânsito, fiscalização e regulamentação das atividades de moto-frete e entrega, sempre com foco na preservação da vida e na mobilidade sustentável.
O trânsito seguro é um dever de todos. A SESTRAN segue fazendo sua parte com planejamento, responsabilidade e compromisso técnico, e espera da sociedade — especialmente dos condutores profissionais — respeito às regras que salvam vidas. Assina o texto. Roberto Parros, Secretario de Segurança Transito e Transporte.