Esforço de guerra e desafio ao combate na área de transição entre Cerrado e Mata Atlântica.

O estado de Minas Gerais enfrenta uma grave crise ambiental. Pelo terceiro dia consecutivo, um incêndio de grandes proporções castiga a Serra de São José, uma vital Área de Proteção Ambiental (APA) localizada em Tiradentes, na região do Campo das Vertentes. As chamas, que tiveram início na noite de domingo (5) e se intensificaram na segunda-feira (6), mobilizam um esforço de guerra para a contenção, mas não há previsão para a extinção dos focos.
A gravidade da situação se deve não apenas à dimensão do fogo, mas também ao valor ecológico inestimável da área. A Serra de São José, com cerca de 5 mil hectares, é uma região de transição crítica entre os biomas Mata Atlântica e Cerrado.
A Batalha Contra o Fogo
O combate ao incêndio foi retomado na manhã desta terça-feira (7) por militares do Corpo de Bombeiros e brigadistas do Instituto Estadual de Florestas (IEF), que buscam aproveitar as temperaturas mais amenas e o sol menos intenso.
O esforço é extenuante:
- A linha de frente conta com um efetivo que deve variar entre 25 e 30 pessoas ao longo do dia, incluindo bombeiros, brigadistas e voluntários.
- Os focos mais preocupantes estão concentrados nas regiões do Mangue, Morro da Antena e Solar da Serra.
O cenário de combate é um dos mais difíceis do estado:
- O relevo acidentado da serra impede a atuação rápida e segura.
- Ventos fortes espalham as chamas em alta velocidade, tornando a contenção um desafio constante.
- A dificuldade de acesso a áreas críticas exige o apoio de tecnologia: as equipes receberam reforços do Núcleo de Incêndios Florestais (NIF) de Barbacena e o suporte de uma aeronave do IEF, utilizada para o lançamento de água em áreas de difícil acesso.
O fogo ameaça uma área de rica biodiversidade, servindo como um grave alerta para Patrocínio e todo o Alto Paranaíba, regiões que também compartilham o bioma Cerrado. A Serra de São José é o lar de:
- Campos Rupestres e diversas nascentes de água.
- Uma rica biodiversidade, com vegetação que reúne características típicas de Mata Atlântica e Cerrado.
- Espécies raras de plantas e animais ameaçados de extinção.
A perda dessas áreas não representa apenas um desastre local, mas um impacto irreparável para o patrimônio natural de Minas Gerais e para o equilíbrio hídrico e climático da região.