Vice-governador tenta desalojar o presidente do Senado do controle da legenda, que se torna peça-chave nas articulações para as eleições de 2026 e em meio a rumores sobre a ida de Pacheco para o STF.

A cena política mineira ganha novos contornos com a movimentação do vice-governador Mateus Simões para se filiar ao PSD. A possível filiação, que circula pela terceira vez entre parlamentares neste ano, coloca em xeque a liderança de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal e nome forte do partido em Minas. A disputa pelo controle da legenda reflete as incertezas do cenário nacional e as articulações para as eleições de 2026.
O xadrez político em Minas
A aproximação de Simões com o PSD é vista como uma estratégia para disputar o eleitorado de centro com Rodrigo Pacheco, um dos nomes cotados para a corrida pelo governo de Minas. O atual presidente do Senado tem sido estimulado pelo presidente Lula a encabeçar uma ampla coligação no estado. No entanto, sua possível indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF), na hipótese de uma antecipação da aposentadoria de Luís Roberto Barroso, cria uma indefinição que Mateus Simões busca capitalizar.
A base de apoio de Mateus Simões na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) já inclui o PSD, que faz parte do bloco governista “Minas em Frente”. O vice-governador tem afirmado que as conversas para a filiação avançam e que a legenda está na base de apoio ao governo Zema, o que demonstra a força da sua articulação política no estado.
Incertezas nacionais impactam o cenário local
A briga pelo PSD em Minas Gerais é apenas um reflexo da fragmentação política em nível nacional. A indefinição do candidato da direita à presidência em 2026, com nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Romeu Zema (Novo) e Ratinho Júnior (PSD) se lançando como pré-candidatos, dificulta a formação de coligações nos estados.
A situação de Tarcísio de Freitas, por exemplo, é crucial. A hesitação do governador de São Paulo em confrontar a família Bolsonaro influencia diretamente as decisões dos partidos nos estados. Além disso, a entrada de Michelle Bolsonaro (PL) na disputa pelo capital eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro, não descartando uma candidatura em 2026, adiciona mais um elemento de instabilidade ao cenário político. Essa falta de unidade no campo da direita respinga em Minas e favorece a movimentação de Mateus Simões.