Câmara derruba voto secreto, mas avança com a PEC da Blindagem que dificulta punição a parlamentares

Proposta que permite a deputados e senadores barrar processos criminais avança em meio a críticas sobre transparência

PEC da Blindagem

Em uma sessão marcada por reviravoltas na madrugada desta quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou, por ampla maioria, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2021, popularmente conhecida como PEC da Blindagem. No entanto, em um desdobramento surpreendente, o destaque que previa o voto secreto para autorizar processos criminais contra deputados e senadores foi derrubado por falta de quórum.

A aprovação da PEC da Blindagem em primeiro e segundo turno contou com a maioria dos votos, mas a votação do destaque que mantinha o sigilo nas decisões sobre a prisão ou processo de parlamentares não atingiu os 308 votos necessários para uma mudança constitucional. Foram 296 votos a favor do voto secreto, contra 174 que se opuseram à medida.

A PEC da Blindagem permite que deputados e senadores barrem a prisão de colegas, em uma decisão que, segundo os defensores, é uma reação ao que chamam de abuso de poder do Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta restabelece prerrogativas que, segundo os defensores, estavam previstas na Constituição de 1988, mas que foram alteradas posteriormente. Segundo um dos relatores da medida, ela não é uma autorização para “maus feitos”, mas apenas uma “proteção” para que os deputados exerçam sua função sem medo de “perseguição política”. “Isso aqui não é uma licença para abusos do exercício do mandato, é um escudo protetivo da defesa do parlamentar, da soberania do voto e, acima de tudo, do respeito à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal”, disse.

Além disso, a PEC também concede foro especial no STF para presidentes de partidos com representação no Congresso Nacional, ampliando o rol de autoridades que só podem ser processadas pela corte. A justificativa para a inclusão é que os presidentes de partidos são “ativistas na política” e complementam a atividade política.

A medida, porém, enfrentou duras críticas da oposição e de parte da base governista. Um dos opositores afirmou que a medida cria um mecanismo de autoproteção artificial. Outro crítico da proposta a classificou como uma “desmoralização do Parlamento brasileiro” e afirmou que a PEC “está voltando o voto secreto e a forma como vamos dar ao Poder Legislativo de anular o Judiciário, chantagear o Executivo e torná-lo o Poder, por excelência, no semipresidencialismo”. Os críticos da PEC alertam que ela pode dificultar investigações e processos por crimes comuns, como corrupção, e atos de violência.

A PEC da Blindagem segue agora para análise do Senado Federal, onde precisará passar por dois turnos de votação para ser promulgada.

Publicado por Arthur Silva

Colaborador do Patrocínio Fácil, onde contribui com a publicação de notícias, oportunidades de emprego e informações empresariais. Apaixonado por futebol, busca alinhar essa paixão com seu desenvolvimento profissional na área esportiva.

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