Decisão judicial anula votos do PP e cassa diploma de vereador eleito por esquema para burlar participação feminina nas eleições de 2024.

Em uma decisão que promete agitar o cenário político de Patrocínio, a representante comercial, influencer e ex-candidata a vereadora, Helen Soares, obteve ganho de causa na Justiça Eleitoral em um processo que investigava fraude na cota de gênero nas eleições municipais de 2024. O julgamento, ocorrido em 14 de maio de 2025 às 11h32min16s, determinou a cassação do diploma do vereador eleito pelo PP, Túlio de Castro (Túlio do Salitre), e a anulação dos votos do partido, abrindo caminho para uma possível reconfiguração da Câmara Municipal.
A ação, movida por Helen Soares logo após o pleito, denunciou que a candidatura de Fabiana Maria de Castro Tavares pelo PP teria sido uma simulação, utilizada apenas para cumprir o percentual mínimo de candidaturas femininas exigido pela legislação eleitoral. A sentença da Juíza Eleitoral Maria Tereza Horbatiuk Hypólito, da 211ª Zona Eleitoral de Patrocínio, acolheu os argumentos da investigante, confirmando a ocorrência da fraude.
De acordo com o documento judicial, o Partido Progressistas lançou 11 candidatos homens e 5 candidatas mulheres nas eleições de 2024. No entanto, a juíza apontou que Fabiana Maria de Castro Tavares não realizou atos de campanha, não obteve votos e teria apoiado a candidatura de Túlio de Castro, evidenciando a simulação. A decisão também declarou a inelegibilidade de Túlio de Castro e Fabiana Maria de Castro Tavares por 8 anos.
A sentença determinou a retotalização dos votos e a redistribuição das vagas na Câmara Municipal de Patrocínio, o que pode levar Helen Soares, que obteve 636 votos nas eleições, a assumir uma cadeira no legislativo. A decisão, no entanto, ainda cabe recurso.