Vítima de complicações de um câncer, Fuad Noman faleceu após uma trajetória marcante na política mineira.

Belo Horizonte se despede de seu prefeito, Fuad Noman (PSD), que faleceu hoje, aos 77 anos, na capital mineira. A informação foi confirmada pela prefeitura. Noman estava internado desde o dia 3 de janeiro, dois dias após tomar posse virtualmente para seu segundo mandato. Ele lutava contra um linfoma não-Hodgkin, descoberto em julho de 2024, e enfrentou diversas internações nos últimos meses.
A causa da morte foi decorrente de complicações do câncer. Noman sofreu uma parada cardiorrespiratória na noite anterior, chegou a ser reanimado, mas não resistiu. Segundo a equipe médica, ele apresentava insuficiência renal aguda e choque cardiogênico.
Nascido em Belo Horizonte, Fuad Noman deixa esposa, dois filhos e quatro netos. A Prefeitura de Belo Horizonte emitiu uma nota destacando seu “trato gentil, sua capacidade de escuta e seu amor por Belo Horizonte”, ressaltando que sua história se confunde com o desenvolvimento da cidade.
Nas eleições de 2024, Noman liderou uma frente de esquerda, vencendo Bruno Engler (PL) no segundo turno, com apoio do presidente Lula e de seus rivais no primeiro turno, Rogério Correia (PT) e Duda Salabert. Ele foi reeleito com 53,73% dos votos.
Fuad Noman tomou posse virtualmente em 1º de janeiro, devido à sua condição de saúde. O vice-prefeito, Álvaro Damião (União), vinha governando a cidade interinamente desde janeiro. Damião lamentou a morte de Noman, destacando seu exemplo de vida e legado de compromisso com a causa pública.
Antes de assumir a prefeitura em 2022, com a renúncia de Alexandre Kalil (Republicanos), Noman foi vice-prefeito e secretário de Fazenda de Belo Horizonte. Ele também teve uma trajetória em cargos da administração federal e estadual, incluindo atuação no Banco Central, Secretaria da Fazenda de MG, Secretaria de Transportes e Obras Públicas, Casa Civil no governo FHC, FMI e Gasmig.
Noman também foi escritor, autor do livro “Cobiça”, que gerou polêmica durante as eleições. Ele enfrentou quatro internações entre o final de novembro e o início de janeiro, com complicações que incluíram dores nas pernas, pneumonia, sinusite, diarreia e desidratação.
Em seu discurso de posse, lido pelo vice-prefeito, Noman expressou seu amor por Belo Horizonte e sua gente, justificando sua candidatura apesar da idade e dos problemas de saúde.